domingo, 19 de junho de 2011

Poesias que fiz em agradecimento a alguém especial.

O mundo é tão grande para se achar
E eu me achei em seu Meridiano
Celeste Meridiano que sem perceber
me encontrou.

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O universo é tão enorme
Que meu ínfimo mundo dorme
Enquanto que, às vezes, eu
Não sei se estou no universo

Quem sabe um dia ainda
O véu é retirado de lá
E assim minha visão se desturva
e se distancia diretamente
Do que nunca pude enxergar

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O tempo é tão curto
Que parece ser infinito
E o infinito tão pouco
Que sempre o chamo de tempo.

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Ah, quem dera eu pudesse sair
Deste quarto que me aprisionam
E fico isolado nele, pensando
Não há homem, não deus, nem há Nada.

Confinado nas paredes do que não existe
Eu conheço.

E quando esboço um sorriso
Por descobrir que posso descobrir
Já estou nos últimos instantes do inicio
E do fim de meu fim.

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O meu
Ar Poético Se Foi

Restou-me meras

INDAGAÇÕES

Então Procurei
Novos Ares

E com eles:

Novas
Rimas
Amores
Palavras
E um

Rumo para Arrumar Esta Vida
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Preciso reinventar toda minha poesia
Esta defasada.
Mas poesia não defasa ou defasa?
Preciso acabar com a rima
Matar toda esta sincronia
É uma cronologia maldita
A que esperamos.
Porque tanto tempo esperando?
Porque tantos versos rimando?
Se a morte ai tão perto e ligeira
Aguardando o ultimo suspiro
Do ultimo dia de nossas vidas.

Estou reinventando minha poesia.
Estou caindo em contradição
Ainda há rima, há sincronia
E há taxação.
Desistirei então da poesia
E também da minha vida
Ainda continuo com minha voz
Sussurrando em becos gélidos
O sussurro que mais parece gemido
De quem abdicou de seu horizonte.

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Minhas veias de pensamento morrem
Não porque as mato
Mas porque as mato.

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Preparem as lanças!
Afiem as flechas
Ponham veneno nestas.
Há uma guerra interminável
Que se passa em minha pessoa.
Clamo por misericórdia
Osíris não me ouve.
É uma pena enorme
Eu não ser Aquiles nem aqueles
Que por eles (calcanhares)
Sucumbiram eternamente.
Sinto falta do deserto
Que nunca florescera antes
Um instante, minúsculo instante
Foi o bastante para eu sofrer por amor.
Osíris tomou de mim
Não pude mais conhecer.

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Queria eu que Deus agora
Ouvisse minha alma que é muda
Uma vazia alma herege
Que chegou a ponto de duvidar do amor

Queria também que eu esquecesse
Dessas meras coisas tolas
Como se pode Deus ou não escutar.
Do que vale?
Do que vale se não sei amar?

Queria eu, novamente, que meu amor
Não fosse limitado a esse mero amor descrente
Que se tem por um parente, irmão de mesma raça.
Quero tomar, amor aqui nos versos, como algo mais complexo
Do que estas a imaginar.
É o sentimento, um fogo aqui de dentro
Que me faz admirar:
Tudo que existe
E também o inexistente
O mundo que me abriga
A faca em minha ferida
O simples ato de amar.

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Seguiu-se
E nem por ódio
E nem por amor
Voltou.
Deixou que as lágrimas
Tão frágeis e transparentes
Dessem o aviso de sua mente
E de repente, ressurgiu
A velha fênix.
Que outrora morara
Coo teus pensamentos
Tão leves, quase ventos
Que agora sopram
Melodicamente
Indecifráveis melodias
Cantadas pelos alvos.

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Em meu rio correm águas

Tão não! Sinto um triste sim
Um anjo, um serafim.

E à noite, nas colinas
Minha alma se desperta;
Um sol que me alerta

Dos males que me serão
Sais em meu lindo rio
Ah! Como eu não sorrio!

Na calada da madrugada
Sinto um vazio em meu ser...
Uma ausência tremenda de saber.

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Na areia as formas condizentes.
Parece que Osíris lembrou novamente
E fez com que Apolo caísse
E Odin chorasse.

E o homem? Adão filho de quem?
Um trabalho Hercúleo para tantos
Mais um Sol que traz tantos prantos
Porque não um grito de guerra?

Osíris cão do espelho do mundo
Não sumiu apenas o homem!
Levou embora também uma parte
Da arte; um pedaço do mundo.

Um abismo profundo, eu diria
Me roubou o espírito, Osíris!
Nem se Apolo erguesse sua viga
Chronos me daria outra chance.

O choro que cai de meus olhos
Me mostra a vontade tamanha
E procuro então outros deuses
Que me satisfaçam.

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O pão que come o homem
Não alimenta quem tem fome.

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Eu não sou poeta!
Sou poesia.
Eu não a faço,
Ela me faz.
Eu não a leio,
Ela me lê.
Eu não a entendo.
Nada me entende...

domingo, 5 de junho de 2011

Devagações

Devagações

Sofro da dor de ter que ver
E sofreria mais se as compreendesse
Mas quero compreender
Tudo aquilo que não existe.

Eu quero é desprezar as extremidades
E ver somente o meio, o caminho
Que se faça de mim poesia!
Já que minha voz se perdeu
Na surdez do mundo.

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Olhes o pobre cão morto!
Sentes o cheiro de tua vergonha?
Enquanto o bicho agonizou de dor
Tu choravas e morria de amor.

E passos e pés em cima dele
O sangue espalhado ao esquecimento
Quem morrera? Um cão? Têm muitos por ai
Vai! continuas andando sem olhar para trás.

Não pares e penses a vida.
Um dia terminas como o cão
Morto, esquecido, sofrido e parado
Um mero corpo neste enorme chão.


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Minha voz fala com os olhos
Enquanto enxergo com meus ouvidos
E ouço com meu tato
Que sente com minha boca
Ah! A vida é tão pouca
Que sempre faço confusão
Nestes sentidos
Sou como um estrangeiro
Perdido em sua própria língua
Que não sabe se escuta o que vê
Ou se vê o que escuta.

Ausência de fazer

Ausência de fazer

Triste que minha poesia só seja desgraça
Talvez eu nem mesmo seja poeta
Só um ser confuso que somente faça
Os sentimentos encarnarem na caneta.

Melhor, eu sou um grande enganador
Plagiando o poeta, um fingidor
Mas sem ser poeta, eu simplesmente sou
Alguém que abstrai a dor.

É um sofrer causado porque quero
Mas eu só quero porque sou controlado
Por alguém que desconheço a face, um mero
Ser que do plágio fora plagiado.

É triste ver que não há liberdade
Então, lembrar-me que sou humano
E o mal provém da humanidade
Ah, que deus me perdoe, mais...

Às vezes anseio o fim à continuidade
Do que viver em um mundo tão insano
E ser julgado por ser tão diferente
Do que é tão comum a tantos humanos

Me é proibido dizer a verdade
E sou punido se me expressar
Meus hábitos são meras vaidades
Que por eles devo largar

E esquecer o que me torna eu
A minha essência devo abdicar
Para adorados por eles ser. Não sou eu
Que irei mais um UM, nesta vida me tornar.

E para não enlouquecer e seguir vivendo
Mesmo com desgraças e sofrimento
Dou vida ao que penso apesar de não querendo
Gritando todo meu sofrer ao pobre vento.

In decisão

In decisão

Se em algum dia desta vida
Um amigo a faca ao mundo enfiar
Caberá a mim, juiz de meu próprio juízo
Nele não mais ou ainda confiar
E a opinião dos deuses é irrelevante
Um mero crepúsculo sem sentido
O juízo será meu, bem importante
Saber que fim dar a meu amigo.

Se em algum momento o coração apertar
E como sempre vingar sobre a razão
Todo o mal e o sangue da faca vil
Se espalharão em função da fraqueza!
E com todos agindo desta forma
O mundo só tende a perecer
Perdoar é o primeiro passo do fim
O último termina com esquecer!

Ser frio é apenas um dos pontos de vista
Eu chamaria de ser realista
Se o perdão eu dar a quem não merece
Por meio de lágrimas ou de prece
O erro pode ser cometido
Na esperança de um perdão gerúndio
E o mal se alastra em pequenas sementes
Em pequenos perdões ele se procria.

Se o filho divino outrora perdoou
Ai está a máxima prova do que defendo
O perdão dá a idéia de que o erro
Será esquecido para ser feito de novo
E o mal vem, então, parasitando
Na bondade como um verme
Que fica alegre em cada ato bom
Que na verdade é uma mascara corrupta.

O bom e o mal.. É fato que existem!
Estão no homem e o homem está
A justiça abstraída causa uma dicotomia
O bem por um ponto de vista, o mal como agonia
Que é o preço a se pagar, pelo cruel ato de perdoar.
Se um amigo com uma faca sangra o mundo
Para o bem dele e de todo o resto
O mais lógico a se fazer, em todo o caso
É aplicá-lo as leis destes fúnebres deuses.


M. Augusto Canto

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Ab extrair a razão

Ab extrair a razão.

Que imensurado desgosto agora sinto
Os risos alegres já não trazem sorrisos.
Olhar a natureza e preencher-se de esperança
Mas ver que a vida, hoje, é puro instinto,
Causa um enorme desgosto me ver essa dança.

Que frustração é essa que me abraça?
Olho o homem e vejo só desgraça
E há quem clame a racionalidade!
Se isso é razão, eu não tenho humanidade.

E se o homem fosse feliz mais selvagem?
Tanto pensar é caminho a estragar;
Descobrir o óbvio faz procurar o louco
E ser razão é somente imagem
Do que o homem não é capaz de ser e mais um pouco.

E se o instinto fosse hoje necessário,
Para fazer o homem não ser seu próprio adversário
E somente a humanidade reinar neste país profano,
Neste planeta de tantos humanos desumanos?

Olhar ao lado e ver somente três ou dois
Só tais pessoas em meio a tantas muitas
E são as únicas a quem vejo salvação
Que não deixaram o caráter para depois
Para primeiro pensar na mais lúdica abstração.

É um grande drama reduzir a quase nada
Se há bastantes que são bons em cada
Função. E é com dor, então, que profetizo
Que a razão levará o homem a longe de seu juízo!


M. Augusto Canto