O mundo é tão grande para se achar
E eu me achei em seu Meridiano
Celeste Meridiano que sem perceber
me encontrou.
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O universo é tão enorme
Que meu ínfimo mundo dorme
Enquanto que, às vezes, eu
Não sei se estou no universo
Quem sabe um dia ainda
O véu é retirado de lá
E assim minha visão se desturva
e se distancia diretamente
Do que nunca pude enxergar
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O tempo é tão curto
Que parece ser infinito
E o infinito tão pouco
Que sempre o chamo de tempo.
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Ah, quem dera eu pudesse sair
Deste quarto que me aprisionam
E fico isolado nele, pensando
Não há homem, não deus, nem há Nada.
Confinado nas paredes do que não existe
Eu conheço.
E quando esboço um sorriso
Por descobrir que posso descobrir
Já estou nos últimos instantes do inicio
E do fim de meu fim.
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O meu
Ar Poético Se Foi
Restou-me meras
INDAGAÇÕES
Então Procurei
Novos Ares
E com eles:
Novas
Rimas
Amores
Palavras
E um
Rumo para Arrumar Esta Vida
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Preciso reinventar toda minha poesia
Esta defasada.
Mas poesia não defasa ou defasa?
Preciso acabar com a rima
Matar toda esta sincronia
É uma cronologia maldita
A que esperamos.
Porque tanto tempo esperando?
Porque tantos versos rimando?
Se a morte ai tão perto e ligeira
Aguardando o ultimo suspiro
Do ultimo dia de nossas vidas.
Estou reinventando minha poesia.
Estou caindo em contradição
Ainda há rima, há sincronia
E há taxação.
Desistirei então da poesia
E também da minha vida
Ainda continuo com minha voz
Sussurrando em becos gélidos
O sussurro que mais parece gemido
De quem abdicou de seu horizonte.
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Minhas veias de pensamento morrem
Não porque as mato
Mas porque as mato.
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Preparem as lanças!
Afiem as flechas
Ponham veneno nestas.
Há uma guerra interminável
Que se passa em minha pessoa.
Clamo por misericórdia
Osíris não me ouve.
É uma pena enorme
Eu não ser Aquiles nem aqueles
Que por eles (calcanhares)
Sucumbiram eternamente.
Sinto falta do deserto
Que nunca florescera antes
Um instante, minúsculo instante
Foi o bastante para eu sofrer por amor.
Osíris tomou de mim
Não pude mais conhecer.
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Queria eu que Deus agora
Ouvisse minha alma que é muda
Uma vazia alma herege
Que chegou a ponto de duvidar do amor
Queria também que eu esquecesse
Dessas meras coisas tolas
Como se pode Deus ou não escutar.
Do que vale?
Do que vale se não sei amar?
Queria eu, novamente, que meu amor
Não fosse limitado a esse mero amor descrente
Que se tem por um parente, irmão de mesma raça.
Quero tomar, amor aqui nos versos, como algo mais complexo
Do que estas a imaginar.
É o sentimento, um fogo aqui de dentro
Que me faz admirar:
Tudo que existe
E também o inexistente
O mundo que me abriga
A faca em minha ferida
O simples ato de amar.
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Seguiu-se
E nem por ódio
E nem por amor
Voltou.
Deixou que as lágrimas
Tão frágeis e transparentes
Dessem o aviso de sua mente
E de repente, ressurgiu
A velha fênix.
Que outrora morara
Coo teus pensamentos
Tão leves, quase ventos
Que agora sopram
Melodicamente
Indecifráveis melodias
Cantadas pelos alvos.
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Em meu rio correm águas Tão não! Sinto um triste sim
Um anjo, um serafim.
E à noite, nas colinas
Minha alma se desperta;
Um sol que me alerta
Dos males que me serão
Sais em meu lindo rio
Ah! Como eu não sorrio!
Na calada da madrugada
Sinto um vazio em meu ser...
Uma ausência tremenda de saber.
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Na areia as formas condizentes.
Parece que Osíris lembrou novamente
E fez com que Apolo caísse
E Odin chorasse.
E o homem? Adão filho de quem?
Um trabalho Hercúleo para tantos
Mais um Sol que traz tantos prantos
Porque não um grito de guerra?
Osíris cão do espelho do mundo
Não sumiu apenas o homem!
Levou embora também uma parte
Da arte; um pedaço do mundo.
Um abismo profundo, eu diria
Me roubou o espírito, Osíris!
Nem se Apolo erguesse sua viga
Chronos me daria outra chance.
O choro que cai de meus olhos
Me mostra a vontade tamanha
E procuro então outros deuses
Que me satisfaçam.
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O pão que come o homem
Não alimenta quem tem fome.
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Eu não sou poeta!
Sou poesia.
Eu não a faço,
Ela me faz.
Eu não a leio,
Ela me lê.
Eu não a entendo.
Nada me entende...